Saiba mais sobre Hormônio antimülleriano e seu papel na Fertilidade Feminina

A fertilidade feminina é influenciada por diversos fatores, incluindo a idade, genética, estilo de vida e a reserva ovariana. Entre os marcadores utilizados para avaliar essa reserva, o hormônio antimülleriano (HAM) tem se destacado como um dos mais confiáveis e amplamente utilizados na prática clínica.

O que é o hormônio antimülleriano (HAM)?

O HAM é um hormônio produzido pelas células dos folículos ovarianos, especificamente pelos folículos primordiais e pequenos folículos antrais. Sua principal função durante o desenvolvimento fetal é inibir a formação dos ductos müllerianos nos embriões masculinos, garantindo a diferenciação sexual adequada. Já na vida reprodutiva da mulher, ele desempenha um papel fundamental como marcador da reserva ovariana.

Qual a relação entre HAM e a reserva ovariana?

A reserva ovariana refere-se à quantidade e qualidade dos óvulos disponíveis nos ovários de uma mulher. Como o HAM é secretado pelos folículos em desenvolvimento, seus níveis no sangue refletem indiretamente o número de folículos remanescentes nos ovários. Quanto maior o nível de HAM, maior tende a ser a reserva ovariana, enquanto níveis reduzidos podem indicar um número menor de óvulos disponíveis.
Ao contrário de outros marcadores hormonais, como o hormônio folículo-estimulante (FSH) e o estradiol, que variam ao longo do ciclo menstrual, o HAM apresenta valores mais estáveis e pode ser dosado em qualquer momento do ciclo. Isso o torna uma ferramenta importante para a avaliação da fertilidade.

Importância do HAM no planejamento reprodutivo

O conhecimento dos níveis de HAM pode ajudar mulheres e médicos a tomarem decisões mais assertivas sobre o futuro reprodutivo. Entre as aplicações mais relevantes do HAM na prática clínica, destacam-se:

  1. Avaliação da fertilidade – Mulheres que desejam engravidar podem utilizar a dosagem do HAM para entender melhor sua reserva ovariana e planejar a gestação.
  2. Ajudar a identificar período de peri-menopausa – Como os níveis de HAM diminuem progressivamente com o tempo, esse exame pode ajudar a estimar o tempo restante de vida fértil.
  3. Diagnóstico da Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) – Mulheres com SOP frequentemente apresentam níveis elevados de HAM devido ao aumento do número de pequenos folículos nos ovários.
  4. Resposta à estimulação ovariana em tratamentos de fertilização in vitro (FIV) – O HAM auxilia na previsão da resposta ovariana a medicamentos indutores da ovulação, sendo útil para personalizar os protocolos de estimulação.
  5. Monitoramento da reserva ovariana em mulheres submetidas a tratamentos oncológicos – Mulheres que enfrentam tratamentos como quimioterapia e radioterapia podem ter sua reserva ovariana comprometida, e o HAM pode ajudar a avaliar os impactos desses procedimentos.

Cuidados na avaliação do resultado de HAM

A avaliação do HAM deve ser feita preferencialmente sem uso de métodos contraceptivos hormonais pois eles podem mascarar o resultado (frequentemente revelando valores mais baixos de HAM do que a realidade).

Conclusão

O hormônio antimülleriano é um marcador essencial para a avaliação da reserva ovariana e desempenha um papel crucial no planejamento da fertilidade feminina. Seu monitoramento pode fornecer informações valiosas para mulheres que desejam engravidar, bem como para aquelas que buscam entender melhor sua saúde reprodutiva. Embora seja uma ferramenta importante, a interpretação dos seus níveis deve sempre ser feita por um profissional de saúde, levando em consideração outros fatores que influenciam a fertilidade.
Se você deseja saber mais sobre sua fertilidade e entender melhor sua reserva ovariana, consulte um ginecologista especializado para uma avaliação personalizada.

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Dra. Maria Carolina Madi

Formada em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.Especialista em contracepção, DIU, climatério, menopausa, laparoscopia, miomas, histeroscopia.
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Dra. Maria Carolina Madi

Formada em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.Especialista em contracepção, DIU, climatério, menopausa, laparoscopia, miomas, histeroscopia.
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